segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Limites - por Psicóloga Nadaby Pites

O que tem acontecido que as pessoas andam sem limites?
E quando digo pessoas, são crianças, adolescentes, adultos e idosos... 
Quando falamos de limites, é comum associarem com crianças, com educação infantil... mas não é somente elas que estão sem limites, o mundo está.

Olhe a sua volta, pense nas pessoas que cruzaram o seu caminho, pessoas que convivem com você ou já conviveram, quantas delas não sabem lidar com o "não", não sabem lidar com as frustrações, com regras, leis... com limites!

Uma das coisas que mais me perguntam nas escolas e no consultório e sobre como estabelecer limites. Ministro palestra explicativa nas escolas para pais e equipe, converso individualmente, dou dicas, vai para o consultório para tratamento psicológico, começo a avaliação e descubro... como essa criança vai ter limite se os pais, a família não tem? 

E a questão aqui não é culpabilizar ninguém, mas sim reeducar toda uma família que por muito tempo achou natural viver assim, sem regras, sem limites, mas que se tornou um bomba relógio a ponto de explodir de estresse, desgaste, impaciência, de dor! 

Então antes de querer dar limites para as crianças, vamos aprender a dar limites para os adultos, a nos dar limites. Porque é muito feio querer que a criança coma brócolis se você não come brócolis. Por um tempo você consegue enrolar ela, mas vai chegar o dia que ela vai perguntar "Mas porque só eu tenho que comer brócolis?" "Mas porque eu tenho que respeitar a vovó se você sempre briga com ela?" "Mas porque eu não posso mentir, se você mente para o papai?" "Mas porque eu não posso bater no meu colega se você bate a mamãe?" "Mas porque??"

No dia 24 de fevereiro de 2018, estarei ministrando o curso "Crianças: Limites e Educação" com o intuito de auxiliar famílias, profissionais da saúde e educação a lidar com essa temática: LIMITES!
Se tiver interesse acesse o link abaixo. 
Crianças: Limites e Educação - https://goo.gl/AhCGc5

Um Beijo. 

Nadaby Pites - Psicóloga CRP 07/23930

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

COMO ENSINAR SEU FILHO A MENTIR - por Nadaby Pites






Explique que algumas mentiras são necessárias, que são mentirinhas "pequeninhas" ou "inocentes". Exemplo: "Minha mãe não está em casa" - sendo que está.

Quando seu filho contar uma mentira, ache graça, comente com os conhecidos, sorria e diga “que imaginação".

Seja agressivo, bata, porque criança não precisa de carinho e nem atenção.

Fale coisas que você não vai cumprir “vou te deixar de castigo” “vai ficar sem o seu brinquedo favorito” para ele entender que você também não cumpre o que fala.

Na hora da punição, previra as punições agressivas ou que humilhem ele.

Chame a atenção dele na frente de todos “O Joãozinho só incomoda, só mente, ele é muito feio” ajuda muito na autoestima.

Não acredite no seu filho, mesmo quando ele diz a verdade, crianças não são confiáveis. 

Não escute o que ele tem a dizer, porque vai mentir mesmo, para que escutar, para que compreender o que está acontecendo?

Bata na criança ou puna ela, falando a verdade ou a mentira, para compreender que tanto a verdade e a mentira não tem valor.

Minta, porque nada melhor que o exemplo.

E para finalizar diga "AONDE FOI QUE EU ERREI?"


Ps. usei de muita ironia nesse texto, tá? Beijo!



Autora: Nadaby Pites 
Psicóloga CRP 07/23930

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Esse não é um texto sobre a Baleia Azul

Esse texto não é sobre a Baleia Azul, mas sobre tudo o que o senso comum falou e o que está por trás de tudo isso.
Não é novidade para ninguém a corrente da Baleia Azul, li de tudo nesses últimos dias e sinceramente não concordo com nada 100%. Sempre digo que tudo tem um lado bom e um lado ruim e foi isso que aconteceu com os diversos textos e posts em redes sociais que li sobre o assunto, não tem nada que me represente 100%.
Primeira questão: "Na minha época” quando a frase começa assim"
Lembro da vez em que trabalhei em uma casa abrigo aonde escutei de uma educadora/cuidadora que havia brigado com um menino “se fosse meu filho não era assim”. Claro que não, porque ele não estaria em um abrigo. Se o jeito que você foi criado foi correto, porque que não cria seu filho exatamente do mesmo jeito? Porque resolveu adotar outras condutas?
Segunda questão: “Isso é só para chamar atenção”
Quem sabe seja mesmo e qual é o problema de dar atenção? Vivemos em um mundo aonde você escuta frequentemente “ignora que ele vem atrás” ele pode vir atrás ou quem sabe receber atenção de outra pessoa e nunca mais te procurar.
Terceira questão: “Isso é culpa dos pais que estão ausentes, trabalham muito fora”
Trabalho com famílias e vejo que todas são apedrejadas e criticadas, sem exceção. As pessoas pregam que você tem que escolher entre o trabalho ou a família, independente da sua escolha será criticado. Então mesmo que você se esforce, você nunca será aceito.
Quarta questão: “Quem quer se matar se mata”
Será mesmo? Será que não é um pedido de socorro? E qual é o problema de ajudar alguém? Isso vai te fazer menos humano ou mais humano?
Quinta questão: “Já passei por coisa pior e estou aqui” 
Quer um prêmio, uma medalha? Meus parabéns! Mas se superou mesmo, porque continua falando sobre?
Infelizmente vivemos em um mundo doente, todos nós estamos doentes, cada um com a sua questão, com a sua dor... Mas é mais fácil criticar a dor do outro, você já olhou para a “sua dor” hoje? 
Sabe o que fazer com ela?

Cuidado! Cuide de você!
Autora: Nadaby Pites


quinta-feira, 21 de julho de 2016

Filhos perfeitos, crianças tristes: a pressão da exigência

Os filhos perfeitos nem sempre sabem sorrir, nem conhecem o som da felicidade: temem cometer erros e nunca alcançam as elevadas expectativas que os seus pais têm. A sua educação não está baseada na liberdade, nem no reconhecimento, e sim na autoridade de uma voz rígida e exigente.

Segundo a APA (American Psychological Association) a depressão nos adolescentes já é um problema muito grave na atualidade, e uma exigência desmedida por parte dos pais pode derivar facilmente na falta de autoestima, ansiedade, e em um elevado mal-estar emocional.
A educação sempre deve ser a base da felicidade, do autoconhecimento, e não uma diretriz baseada unicamente no perfeccionismo onde os direitos da criança são completamente vetados.

É preciso ter em mente que essa exigência na infância deixa a sua marca irreversível no cérebro adulto: a pessoa nunca se acha suficientemente competente, nem perfeita com base naqueles ideais que lhe foram incutidos. É preciso cortar esse vínculo limitante que veta a nossa capacidade de sermos felizes.

Filhos perfeitos: quando a cultura do esforço é levada ao limite

Frequentemente ouvimos que vivemos em uma cultura que baseia a sua educação na falta de esforço, na permissividade e na pouca resistência à frustração. Contudo, isso não é totalmente verdade: em geral, e mais ainda em tempos de crise, os pais procuram a “excelência” em seus filhos.


Se uma criança tira um 7 em matemática, é pressionado para alcançar um 10. As suas tardes são preenchidas com aulas extracurriculares e seus momentos de ócio são limitados à busca por mais competências, resultando em estresse, esgotamento e vulnerabilidade.

“The Price of Privilege” é um livro interessante publicado pela doutora Madeleine Levine, onde ela explica como, na nossa necessidade de pais em educar filhos perfeitos e aptos para o futuro, o que estamos conseguindo é criar filhos “desconectados da felicidade”.
Educar é ser capaz de exercer a autoridade com amor, guiando seus passos com segurança e afeto porque a infância é um fundo de reserva para a vida toda.


Consequências de exigir demais das crianças


Existe uma coisa que precisamos considerar muito bem. Podemos educar nossos filhos na cultura do esforço, podemos e devemos exigir, sem dúvida, mas tudo tem um limite. Essa barreira, que deveria ser intransponível, é a de acompanhar a exigência a um colchão afetivo incondicional.

Do contrário, nossos filhos perfeitos serão crianças tristes que evidenciarão as seguintes dimensões:
  • Dependência e passividade: uma criança acostumada a ser mandada deixa de decidir por conta própria. Assim, sempre procura a aprovação externa e perde a sua espontaneidade, a sua liberdade pessoal.
  • Falta de emotividade: os filhos perfeitos inibem suas emoções para se ajustarem ao que “tem que ser feito”, e toda essa repressão emocional traz graves conseqüências a curto e longo prazo.
  • Baixa autoestima: uma criança ou um adolescente acostumado à exigência externa não tem autonomia nem capacidade de decisão. Tudo isso cria uma autoestima muito negativa.
  • A frustração, o rancor e o mal-estar interior podem se traduzir muito bem em instantes de agressividade.
  • A ansiedade é outro fator característico das crianças educadas na exigência: qualquer mudança ou uma nova situação gera insegurança pessoal e uma elevada ansiedade.


Pais exigentes frente a pais compreensivos


A necessidade de educar “filhos perfeitos” é uma forma sutil e direta de dar ao mundo crianças infelizes. A pressão da exigência irá acompanhá-las sempre, e mais ainda se a sua educação for baseada na ausência de estímulos positivos e de afeto.

Fica claro que como mães, como pais, desejamos que nossos filhos tenham sucesso, mas acima de tudo está a sua felicidade. Ninguém deseja que na adolescência desenvolvam uma depressão ou que sejam tão exigentes com eles mesmos que não saibam o que é se permitir aproveitar, sorrir ou cometer erros.

Características gerais


Neste ponto, é preciso saber diferenciar entre a educação baseada na exigência mais rigorosa e aquela criação baseada na compreensão e na conexão emocional com nossos filhos.
  • Os pais muito exigentes e críticos costumam apresentar uma personalidade insegura que precisa ter sob controle cada detalhe.
  • Os pais compreensivos “impulsionam” seus filhos para a conquista, permitindo explorar coisas, sentir e descobrir. São guias e não colocam fios nos seus filhos para movê-los como marionetes.
  • O pai exigente é autoritário e leva um estilo de vida que está sempre seguindo o relógio. Indica regras e decisões para economizar tempo através do “porque eu sei que é melhor para você”, ou “porque eu sou seu pai/mãe”.

Para concluir: educar é exercer a autoridade, mas com bom senso. É usar o afeto como antídoto e a comunicação como estratégia.


Nossos filhos não são “nossos”, são crianças do mundo que deverão ser capazes de escolher por si próprios, com direito de errar e aprender, com a obrigação de chegar à maturidade sendo livres de coração e com seus próprios sonhos para realizar.
Fonte: http://amenteemaravilhosa.com.br/